sábado, 24 de abril de 2010

Pixelmator 1.0.1 - Pra que Photoshop?

Já estava na hora de alguém olhar para os usuários de Mac que precisam de um editor de imagens simples, mas que contasse com filtros bacanas e ferramentas de seleção e máscara decentes. O iPhoto é muito legal, mas seu objetivo é outro: organizar álbuns gigantes de fotos e compartilhar com a família ou amigos. O Photoshop é muita areia para esse tipo de usuário, que nunca vai pagar US$ 650 em um software. Mas talvez ele pague US$ 59, menos de 10%, para ter todos os recursos de que precisa em um programa muito mais leve. A essas pessoas eu recomendo o Pixelmator.



Com uma interface sensacional e integração total com o Mac OS X e o iPhoto, os desenvolvedores conseguiram fazer um programa agradável aos olhos e que não chama o usuário de idiota, como o Photoshop Elements, por exemplo, que beira o infantil. A barra de ferramentas básica traz os famosos varinha mágica, laço, lápis, pincel, balde de tinta, texto, conta-gotas e até o carimbo, amigo inseparável dos profissionais da área.



Todas as ferramentas básicas necessárias estão presentes no software, inclusive com uma janela de opções que muda de acordo com o contexto.

Além de ferramentas de transformação, rotação e distorção, ele tem tudo de que um editor de imagem precisa, como Levels, Brightness & Contrast, Hue/Saturation, Channel Mixer e Exposure. À primeira vista faltam algumas ferramentas, como Curves, mas acho que isso é uma questão de preferência, já que é possível atingir os mesmos resultados com o Levels. Existem, ainda, aquelas ferramentas que você só usará em casos específicos ou artísticos, como Invert, Equalize, Threshold e Posterize.




O menu de correção de cores traz as principais ferramentas utilizadas pelos softwares profissionais.

Sim, filtros!

O Pixelmator traz uma centena de filtros muito bons para que os mais animados brinquem com suas fotos. Os básicos, como Gaussian Blur e Unsharp Mask, fazem parte do software. Os de gosto duvidoso, como Crystallize, Pointillize e Kaleidoscope, também.



Os tão aclamados, e às vezes odiados, filtros estão lá. A opção de poder escolher um ponto de referência e ter pré-visualização em tempo real é matadora.

No entanto, o mais legal é que, quando necessário, eles trazem um ponto de referência que pode ser movido livremente pela imagem, com pré-visualização em tempo real. O ponto de referência é conectado à caixa de opções do filtro através de um barbante, uma sacada que nunca poderíamos esperar de programas considerados sérios.


Baile de máscaras

Duas funções relativamente avançadas e extremamente úteis foram implementadas no Pixelmator de maneira simples e clara: camadas e máscaras. Essas ferramentas foram a base para a dominação do mercado pelo Photoshop e abrem muito o leque de opções, efeitos e fusões que se podem conseguir com pouco trabalho, além de permitir que a imagem original fique intacta.


Com camadas e máscaras, é muito fácil atingir praticamente qualquer tipo de efeito.

Podem ser criadas quantas camadas forem necessárias e misturá-las com as mesmas opções disponíveis em outros programas como Multiply, Screen, Overlay, Luminosity e ajustar a transparência de cada uma separadamente.

Por baixo do tapete

O Pixelmator só foi possível em tão pouco tempo graças, além da capacidade e competência dos desenvolvedores, ao software livre e ao Core Image do Mac OS X.

A parte open source fica por conta do ImageMagick, uma ferramenta de edição de imagens que funciona com comandos de texto via Terminal, com mais de 15 anos de vida, muito utilizado em sistemas online para publicação de imagens, rotação, escalonamento etc.

Onde foi que eu errei?

Claro que ninguém é perfeito, e com o Pixelmator não é diferente, principalmente porque nem todo mundo tem as mesmas expectativas com relação a um software de edição de imagens. Para quem faz trabalhos profissionais para dar saída em gráficas, a principal falha é não ter um conversor para CMYK. Em compensação, é possível anexar perfis de cor salvos com o ColorSync a imagens RGB. Por falar em RGB, uma janela que faz muita falta é a de canais, R, G e B, separadas. Claro que isso só interessa aos mais profissionais, ou aos mais detalhistas, ou aos mais chatos. Mas não seria nada mau ter essa opção disponível.

Com relação às camadas, ficaram faltando as opções de agrupá-las em pastas e a de criar máscaras dinamicamente, a partir de uma seleção. Ao contrário do que se espera, é preciso criar a máscara primeiro e depois preencher a seleção com branco. Outra dupla que faz muita falta é a ferramenta de desenho Beziér e a janela Path para salvá-los. Além de ser a ferramenta de desenho vetorial mais eficiente inventada até hoje, fica difícil recortar imagens mais complexas confiando apenas na varinha mágica ou na habilidade com o pincel.


Por último, faltou uma maneira mais fácil de realizar mudanças em lote. O Pixelmator traz diversas alternativas para criar ações no Automator do Mac OS, mas não é totalmente integrado a ele. Não se pode, por exemplo, acessar uma dessas ações automatizadas de um menu ou atalho do Pixelmator. É preciso abrir a ação salva no Automator para executá-la, o que pode ser uma perda de tempo muito grande em alguns casos.

Vale a pena!


Se você acabou de ler o item Onde foi que eu errei? e acha tudo isso besteira, esse software é definitivamente a melhor escolha. Se você achou esses itens importantes, mas para a maioria dos casos não utilizaria tais recursos, e gostaria de ter um software leve, bom, bonito e barato, para brincar com fotografias de família, viagens, festas etc., o Pixelmator continua sendo a melhor opção. Se você é ilustrador e tem uma tablet para brincar, vai adorá-lo! Agora, se você pretende usá-lo profissionalmente, seja para construir sites ou para usar imagens em revistas e livros, é melhor continuar com o Photoshop, que se mantém insubstituível.

Luciano Hagge é especialista em Branding e Inovação e escreve semanalmente em seu blog, no endereço hagge.com.br.

Serviço - Pixelmator 1.0.1

Prós: Barato, rápido, interface fácil de usar, baseado em tecnologia de código aberto.
Contras: Não trabalha com CMYK, não possui ferramentas de desenho vetorial, não tem uma ferramenta de automação de tarefas integrada.
Preço: US$ 59
Onde encontrar: www.pixelmator.com


Fonte:http://macmais.terra.com.br/modules/secoes/ver.php?id=115

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